Casal do Paraná acredita ter encontrado lixo espacial com mais de 4 metros em propriedade
Um grupo de pesquisadores da Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (Bramon) classificou como "enorme a probabilidade" de um pedaço de metal encontrado no Paraná ser parte do foguete Falcon 9 da SpaceX, do bilionário Elon Musk.
Eles acreditam que o objeto seja a tubeira de um dos motores da segunda etapa do foguete.
O Falcon 9 foi lançado em 2015, mas ficou sem combustível suficiente para retornar à Terra depois de completar sua missão e acabou permanecendo no espaço.
Conforme publicado pelo instituto, a localização da cidade de São Mateus do Sul, onde o objeto foi encontrado, fica "praticamente abaixo da trajetória da reentrada" do foguete que foi observada na última semana.
Na quarta-feira (16), um casal encontrou o objeto de metal de cerca de quatro metros de comprimento em uma propriedade rural. Eles acreditam que o pedaço de metal retorcido seja lixo espacial. Veja detalhes e fotos do objeto abaixo.
Ainda de acordo com o grupo de pesquisadores, ao analisarem as imagens, eles encontraram semelhanças entre a tubeira do motor Merlin 1D do foguete Falcon 9 com o objeto. As imagens foram disponibilizadas no site da Rede de Monitoramento (veja abaixo).
Segundo o Branom, as semelhanças são:
- Na solda das emendas;
- Nos buracos de rebites que podem ser visto nos dois objetos.
1 de 6 Pesquisadores encontraram semelhança entre os objetos — Foto: Reprodução/Bramon
Pesquisadores encontraram semelhança entre os objetos — Foto: Reprodução/Bramon
Além disso, o instituto ainda ressaltou que o tamanho citado pelos moradores, de cerca de quatro metros, bate com a medida de mais de três metros característica da peça.
Por fim, os pesquisadores ainda apontaram que o material da tubeira do motor explicaria o fato do objeto ter resistido à reentrada atmosférica.
Conforme os especialistas, a tubeira é feita de uma liga de nióbio e titânio que garante resistência adicional às altas temperaturas.
O objeto; FOTOS
2 de 6 João Ricardo Pacheco Portes ao lado de peça metálica que acredita ser lixo espacial — Foto: Portal RDX/Reprodução
João Ricardo Pacheco Portes ao lado de peça metálica que acredita ser lixo espacial — Foto: Portal RDX/Reprodução
De acordo com a empresária Joseane Maria Franco Portes, o objeto foi encontrado por acaso, quando o marido dela, João Ricardo Pacheco Porte, verificava as cercas da propriedade.
“Ele encontrou a peça e disse ‘Jô, achei um negócio no meio do mato, venha ver’. Aí eu fui e levei o celular. Mas não tive coragem de encostar”.
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No vídeo, Joseane narra a presença do objeto no terreno. Ela diz que a peça, inclusive, quebrou galhos de árvores durante a queda.
A empresária explicou que o objeto caiu em um terreno ao lado do que ela e o marido moram. Mas apesar de terem encontrado a peça nesta quarta, ela e o marido acham que a queda aconteceu na semana passada.
“Eu ouvi um barulhão, umas 5h. Eu pensei que alguma coisa tinha explodido aqui perto, mas fui lá fora e não vi nada. Como o terreno é grande e trabalhamos com eventos, não é sempre que andamos por tudo, aí não achamos antes".
Veja fotos:
3 de 6 Peças de metal encontradas em propriedade rural — Foto: Portal RDX/Reprodução
Peças de metal encontradas em propriedade rural — Foto: Portal RDX/Reprodução
4 de 6 Peças de metal encontradas em propriedade rural — Foto: Portal RDX/Reprodução
Peças de metal encontradas em propriedade rural — Foto: Portal RDX/Reprodução
5 de 6 Peças de metal encontradas em propriedade rural — Foto: Portal RDX/Reprodução
Peças de metal encontradas em propriedade rural — Foto: Portal RDX/Reprodução
6 de 6 Peças de metal encontradas em propriedade rural — Foto: Portal RDX/Reprodução
Peças de metal encontradas em propriedade rural — Foto: Portal RDX/Reprodução
Investigação
Para o astrônomo Diego de Bastiani, o ideal é que o material seja encaminhado para o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O g1 questionou o órgão se ele teve conhecimento sobre o caso, porém, não obteve resposta até o fechamento desta reportagem.
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"Estes destroços geralmente são pulverizados na atmosfera da terra, pouca coisa cai. A maioria cai no oceano. Mas não é descartada a possibilidade de um destroço cair em terra. Pelo tamanho, sim, parece ser um pedaço de fuselagem de foguete", destacou Bastiani.
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