1 de 2 Wall Stree é a sede das principais bolsas de NY como a New York Stock Exchange (NYSE) — Foto: Reuters
Wall Stree é a sede das principais bolsas de NY como a New York Stock Exchange (NYSE) — Foto: Reuters
Assim como o Ibovespa, que acumula resultado anual negativo nesta segunda-feira (13), as bolsas americanas também sofrem desvalorização intensa nas últimas semanas. Destaque para o índice S&P 500, que entrou em território de "bear market".
A expressão "bear market" define os momentos de queda consistente no mercado de ações. Como indica a tradução do inglês, o nome faz referência ao ataque de um urso: com as garras, o animal agride de cima para baixo.
O contrário é o "bull market". O ataque dos touros, de baixo para cima, serve para definir os momentos de alta forte nos ativos de renda variável. A expressão, inclusive, inspira a famosa escultura de touro em Nova York que inspirou uma réplica brasileira instalada na porta da B3 em novembro.
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Tecnicamente, pode-se dizer que o índice entrou na zona de bear market a partir de quedas maiores que 20% em relação ao pico do período.
É justamente o que acontece com o S&P 500, índice de ações das principais empresas americanas listadas em bolsa. Nesta segunda-feira, o índice teve queda de 3,8% e acumula 21,8% de desvalorização desde o dia 3 de janeiro.
Uma desvalorização expressiva como essa pode ser causada pelos mais diversos motivos que deem aos investidores a sensação de aversão a risco e os redirecionem para ativos mais seguros.
Inflação derruba bolsas de valores mundo afora
Atualmente, os mercados estão pressionados pelos temores de altas mais agressivas nas taxas de juros nos Estados Unidos e de economias desenvolvidas, que sofrem para controlar a inflação. Os preços subiram pelas quebras de cadeia durante a pandemia e foram agravadas pela guerra na Ucrânia.
O índice de preços dos Estados Unidos atingiu 8,6% no acumulado em 12 meses até maio – a maior taxa desde dezembro de 1981. E o Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) anuncia nesta quarta-feira a nova taxa de juros nos EUA.
Os mercados esperam um ajuste de 0,5 ponto percentual. Mas, diante do avanço da inflação, alguns analistas questionam se o Fed não aumentará ainda mais a pressão com um aumento de 0,75 ponto percentual da taxa de juros.
2 de 2 Jerome Powell, presidente do Fed: mercados esperam um ajuste de 0,5 ponto percentual, mas há temores de aumento de 0,75 ponto percentual por conta da inflação — Foto: REUTERS/Yuri Gripas
Jerome Powell, presidente do Fed: mercados esperam um ajuste de 0,5 ponto percentual, mas há temores de aumento de 0,75 ponto percentual por conta da inflação — Foto: REUTERS/Yuri Gripas
Os efeitos do temor se espalham por todos os mercados internacionais. Também em Wall Street, o Dow Jones caiu 2,79% e o Nasdaq, 4,68%, nesta segunda-feira.
Na mesma toada, o Ibovespa fechou o pregão com sua sétima queda seguida, com perdas de 7,86% em junho. Por aqui, o Banco Central também define a nova taxa de juros na próxima quarta, tentando fazer a inflação de dois dígitos recuar.
Já as ações europeias caíram para mínimas de três meses nesta segunda-feira. O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 2,41%, a 412,52 pontos, para seu nível mais baixo desde 7 de março.
A inflação na zona do euro também mantém a trajetória de alta e bateu um novo recorde em maio, com uma taxa de 8,1% em 12 meses, estimulada pelo impacto da guerra na Ucrânia sobre os preços da energia e dos alimentos.
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